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As coisas que nos assustam são maiores do que as que efetivamente fazem mal, e afligimo-nos mais pelas aparências do que pelos fatos reais.
Estava aqui pensando sobre o medo. E pensando sobre o medo, pensei no morceguinho maroto do Batman.
É interessante como a construção e idealização desse personagem foi pensada em cima de um arcabouço sombrio, regado de tragédias, dor e medo.
Porém, existe uma virada interessante no desenrolar da história do Bruce Wayne antes do surgimento do Batman.
A virada acontece quando ele passa a inverter a lógica do sentir o medo para começar a usar o medo como recurso!
Sim, eu sei. É mais comum usarmos o medo como paralisante, como algo que nos trava ou nos faz recuar. Mas deixa eu desenvolver uma ideia aqui, com você. Vem comigo!
Em minha visão o medo tem dois desdobramentos:
1) Salvar.
2) Aprisionar.
No modo 1 (salvar), somos uma máquina de avaliação de situações, relações, limites, espaços.
Visamos nossa preservação, proteção e segurança. Isso é incrivelmente foda, afinal nosso sistema está rodando ativamente em nosso benefício.
Através do medo, no modo 1, ativamos nossa capacidade de fazer ajustes criativos diante de cenários onde estamos em risco, desconfortáveis ou ameaçados. Criamos condições de enfrentamento ou fuga.
No modo 1, o medo nos coloca em movimento, seja para nos posicionar (enfrentamento) ou para não causar danos ao nosso corpo/vida (fuga). Ambos garantindo nossa preservação e proteção.
No modo 2 (aprisionar), o medo está bugado, quase como se estivesse desatualizado.
Aqui a coisa começa a entrar em pane no sistema.
O medo fica desajustado e faz avaliações com pouca ou nenhuma checagem da realidade.
É aqui onde nos aprisionamos em nossa capacidade de criar cenários apocalípticos e rodamos, sem parar, esse filme de terror interno, onde em todo final a gente se fode muito e não há luz no final do túnel, ou melhor, não há luz nenhuma.
Quando o medo se instala no modo 2, não há nem enfrentamento, nem fuga, não há movimento, há apenas paralisação e um desespero profundo de que nossas fantasias se tornem realidade.
É possível sair desse estado “capiroto-desgovernado-ladeira-abaixo” do medo no modo 2? É sim. Porém, é necessário estimularmos um recurso que temos e que chamo de: o Modo Arquiteto! Eu elaboro essa ideia nesse texto aqui: O MODO ARQUITETO.
Mas antes de você ir la dar uma conferida, vale a pena a gente, sempre que se encontrar no medo modo 2, se perguntar: afinal de contas, meu medo está com medo de quê?
Deixe essa pergunta germinando aí, ao som dessa música incrível: