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Coragem nem sempre ruge. Às vezes, ela é a voz baixinha, no fim do dia, dizendo: tentarei de novo amanhã.

Eu amo uma revista!

Vida Simples é sempre um convite para olharmos as coisas da vida com outras perspectivas.

Essa, da foto a cima, é uma edição de 2019, número 211.

Fiquei feliz com a forma como eles abordaram o tema. Não tinha nada do tipo: “vá, e se der medo vá com medo mesmo”. O convite dessa edição foi um passo antes desse ir.

Veja: carregamos a impressão de coragem como “conquista de algo” por ser algo que envolve enfrentamento.

Achei o máximo quando cheguei no trecho da matéria que diz:

Coragem nada tem a ver com invencibilidade, mas com se colocar em movimento, ainda que o resultado não seja garantido ou tão satisfatório.

Gosto dessa associação da coragem com acolhimento do fracasso porque tem mais a ver com a vida real mesmo, essa vida não linear, cheia de ganhos e perdas e tudo bem, faz parte.

Esse acolhimento do fracasso numa época que só se fala de sucesso, prosperidade e alta performance, vamos combinar, é um afago em nossa alma cheia de hematomas por inúmeras cobranças.

Me parece que quando pensamos em coragem não podemos inserir a possibilidade de errar, de não dar certo. E ai de nós se, munidos de coragem, não atingirmos o alvo ou voltarmos de mãos abanando.

Penso que seria muito mais interessante inserirmos o erro e o fracasso no nosso vocabulário como algo comum, corriqueiro, aceitável, talvez seríamos até mais corajosos e cheios de movimentos pelas vida.

Precisamos do contra-ponto e também de doses bem medidas de pés no chão, que não nos façam perder nossa humanidade.

Não estamos em disputa, estamos apenas na vida, vivendo, então calma com suas exigências.

Como diria meu querido Perls:

Amigo, não tenha medo de erros. Erros não são pecados. Erros são formas de fazer algo de maneira diferente, talvez criativamente nova. Não fique aborrecido por seus erros. Alegre-se por eles. Vocês teve a CORAGEM de dar algo de si!